Sobre autor

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E O PARTIDO COMUNISTA FRANCÊS DIANTE DA REVOLUÇÃO CUBANA NOS ANOS 19601.

A revolução cubana causou um grande impacto sobre as esquerdas latino-americanas nos anos 1960 e 1970.
Uma vez vitoriosa em 1959, os seus protagonistas passaram a proclamar o
seu modelo como válido para o conjunto do continente, o que levaria esta revolução a representar um marco na história do socialismo e das lutas
revolucionárias na América
Latina. Michael Löwy (1999: 9-10),ao fazer uma periodização da história do marxismolatino-americano,destaca a revolução cubana como o ponto de referência para a ascensão de
correntes radicais, que tinham em comum a defesa da natureza socialista da revolução e a
legitimidade da luta armada. Juan Carlos Portantiero (1985: 333-357), também tratando
do marxismo latino-americano
no século XX, aponta, no princípio dos anos 1960,
o início de uma nova etapa de sua história,
marcada pela influência do “castrismo”
“enquanto fusão ideológica de nacionalismo e de
socialismo”, bem como pela influência do “guevarismo” e do “foquismo” como inspiraçãopolítica. A influência cubana poderia ser identificada em dois momentos. Inicialmente, teria sido mais por simpatia que por fruto de uma decisão elaborada pelo novo centro de poder
socialista. Em uma segunda fase constitui-se o apoio ativo de Cuba aos novos revolucionários
do continente, o que definiria uma oposição inicialmente silenciosa, mas logo depois
explícita, em face dos partidos comunistas. Estes, por sua vez, sempre encararam com
desconfiança o surgimento e a expansão das idéias cubanas no continente.
Por fim, ainda no que diz respeito ao significado mais amplo da revolução cubana sobre
as esquerdas latino-americanas, a sua importância pode ser medida por dois fatos que hoje,
segundo Castañeda (1994), costumam ser ignorados.
Em primeiro lugar, que desde a
expedição do Granma, em 1956, foi incessante a luta armada revolucionária na América Latina. Além disso, que em todos os países do continente a esquerda foi influenciada por Cuba. A esquerda como um todo,para os objetivos deste artigo, amparado nos documentos das organizações comunistas do período, tomaremos como sinônimos termos como foquismo, guevarismo, castro-guevarismo e debraysmo. Empregamos esses termos aqui de forma ampla, como eram utilizados entre as esquerdas nos anos 1960, caracterizando, de uma forma geral,movimentos que, influenciados pela revolução cubana, acreditavam ser possível fazer uma revolução socialista através de guerrilhas e sem a presença de um partido comunista. Acreditava-se que esse era caminho adequado para a América Latina e que as condições objetivas estavam prontas, restando criar as subjetivas, tarefa esta que a presença do foco guerrilheiro se encarregaria. Uma vez iniciados os combates, as massas acabariam por se aliar aos guerrilheiros, e estes conseguiriam aumentar o seu potencial ofensivo até a tomada do poder. Durante o processorevolucionário, a guerrilha seria a vanguarda política, estando todas as outras tarefas a ela subordinadas. Ver a esse respeito, primeiramente, a obra do próprio Régis Debray (s/d.) e de Che Guevara (1981). Uma síntese dos textos dedestes autores pode ser vista em Barão (2003).
Ver ainda Saint-Pierre (2000).
Para ler o texto completo, clique aqui


 Fonte: Pós-doutorando – FFLCH-USP/ jeanrodrigues5@yahoo.com.br

Representação política em Cuba: um Estado dos trabalhadores?

A Revolução Cubana empreendeu construir um Estado nacional-popular, que combina uma
adesão social antiimperialista, antimonopolista e antilatifundista que se encaixa perfeitamente na
oposição feita contra a classe dominante externa. Por isso, não descarta o controle estatal por parte da burguesia nacional, e mesmo que não seja liderado pelas classes populares, envolve a participação popular. Trata-se de um nacionalismo dos dominados que guarda, assim, um caráter progressista.Apesar do modo de produção, em Cuba, não ser socialista, na representação política dos trabalhadores cubanos existem alguns aspectos que podemos chamar de socialistas. Os trabalhadores interferem em parte dos processos de decisão política, exatamente por se tratar de um “Estado nacional-popular”, atendendo algumas das demandas do setor nacional e do proletariado em geral. Para ler o texo completo clique aqui


Fonte: pós-graduação em Ciência Política da UFMG. Tádzio Peters Coelho
tadzioguaiabera@yahoo.co.uk

O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO CUBANO E SUAS SINGULARIDADES

Visto de forma panorâmica, o chamado Terceiro Mundo, em meados do século XX, encontrava-se em forte instabilidade política e social. Muitos foram os países queenfrentaram alguma experiência revolucionária. Cuba foi um deles. No dia 1º de janeiro de 1959, os revolucionários liderados por Fidel Castro assumiam o poder naquela ilha. Iniciava-se uma etapa decisiva e singular no desenvolvimento daquele país, inclusive para a própria vanguarda revolucionária que seria influenciada e influenciaria a cena mundial da Guerra Fria.

A REVOLUÇÃO ERA SOCIALISTA?
Durante várias décadas, a URSS adotou uma visão essencialmente pragmática de sua
relação com os movimentos revolucionários, radicais e de libertação do Terceiro
Mundo, pois nem pretendia nem esperava aumentar a região sob governo comunista
além da extensão da ocupação soviética no Ocidente. Isso não mudou nem no período
de Kruschev (1956-64), quando várias revoluções autóctones em que os comunistas não
tomaram parte, chegaram ao poder (...), notadamente em Cuba (1959) e em Argélia
(1962). Para ler o texto completo, clique aqui


Fonte: ufc/ Mário Martins Viana Junior e Patrícia Pereira Xavier