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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Teoria crítica, democracia e esfera política na América Latina

As chamadas teorias da transição democrática constituíram,
como se sabe, um dos filões mais ricos das ciências sociais no
Brasil e na América Latina nas últimas décadas. Realizando uma ampla
radiografia institucional dos países que se democratizavam, trabalhos
como aquele editado por O’Donnell et alii (1986) constituíram,
pelo menos até os anos 90, a forma por excelência de estudar e interpretar
o autoritarismo e o momento em que a incerteza sobre os resultados
do jogo político e a força reguladora de regras universais se impuseram
novamente sobre o poder de um ator único – tal a definição
de democratização das teorias da transição. Mais ainda, as teorias da
transição consagraram a recém surgida ciência política, que na maioria
dos países latino-americanos somente a partir dos anos 70 se afirma
como um campo de investigação independente, com uma meto
metodologia
própria e paradigmas de análises distintos.
Ao longo dos anos 90, vai se consolidando, contudo, uma nova abordagem
sociológica da democratização, a qual, refuta a homologia en
tre os processos de construção institucional e de democratização societária
subentendida nas teorias da transição. O que se procura mostrar
é que, ao lado da construção de instituições democráticas (eleições
livres, parlamento ativo, liberdade de imprensa etc.), a vigência
da democracia implica a incorporação de valores democráticos nas
“práticas cotidianas” (Avritzer, 1996:143). Nesse caso, a análise dos
processos sociais de transformação verificados no bojo da democratização
não poderia permanecer confinada na esfera institucional, deveria,
ao contrário, penetrar o tecido das relações sociais e da cultura
política gestadas nesse nível, revelando as modificações aí observadas.

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Fonte : Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro

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