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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Maia

As línguas maias formam uma família linguística e são faladas na Mesoamérica e no norte da América Central por mais de 6 milhões de indígenas maias, sobretudo na Guatemala, México e Belize. Em 1996, a Guatemala reconheceu formalmente 21 línguas maias e o México reconhece outras oito.
A família das línguas maias é uma das mais bem documentadas e estudadas nas Américas. As línguas maias actuais descendem do protomaia, uma língua que se pensa ter sido falada há, pelo menos, 5 000 anos e parcialmente reconstruída usando o método comparativo.
As línguas maias fazem parte da área linguística mesoamericana, uma área de convergência linguística desenvolvida ao longo de milénios de interacção entre os vários povos da Mesoamérica. Todas elas exibem os traços básicos identificadores desta área linguística. Por exemplo, todas utilizam substantivos relacionais em vez de preposições para indicarem relações espaciais. Possuem também características gramaticais e tipológicas que as diferenciam de outras línguas da Mesoamérica.
Durante a época pré-colombiana da história mesoamericana, algumas línguas maias eram escritas usando a escrita hieroglífica maia. O seu uso foi particularmente generalizado no período clássico da civilização maia (250 - 900 d.C.). O conjunto de mais de 10 000 inscrições individuais maias que chegou até aos nossos dias (em edifícios, nas obras de olaria e nos códices maias), combinado com a rica literatura pós-colonial das línguas maias, escrita utilizando o alfabeto latino, fornecem uma base para a compreensão moderna da história pré-colombiana.
Maia Clássico
A língua maia clássica é a mais antiga das línguas da família maia. É a principal língua documentada nas inscrições pré-colombianas da civilização maia clássica.
O maia clássico é um descendente directo do protomaia e o ancestral comum dos três ramos das língua maias - cholano, iucatecano e o mais afastado huastecano. Estes ramos incluem línguas contemporâneas vivas suas descendentes, incluindo a língua chol e a língua iucateque. Os modernos falantes de chol e iucateque conseguem entender muitas das palavras utilizadas no maia clássico.
O maia clássico encontra-se especialmente representado em inscrições encontradas nas terras baixas, datadas do período 200 - 900 EC. O sistema de escrita (geralmente designado por hieróglifos maias) possui algumas semelhanças de função (apesar de não estar relacionado com) relativamente a outros sistemas de escrita logossilábicos, como os hieróglifos egípcios, em que é usada uma combinação de sinais logográficos e silábicos (grafemas), que reflectem a fonologia da língua maia clássica falada na região naquele tempo e que eram ainda combinados e complementados por um grande número de logogramas. Assim, as expressões da língua maia clássica podiam ser escritas de várias formas, representadas quer por logogramas, logogramas com complementos fonéticos, logogramas mais sílabas, ou numa combinação puramente silábica. Por exemplo, um padrão comum é o facto de muitos radicais de verbos e substantivos serem representados por logogramas, enquanto os seus afixos gramaticais eram escritos silabicamente.
Como as restantes línguas maias, o maia clássico, em termos tipológicos, apresenta estrutura Verbo-Sujeito-Objecto. Sendo uma língua polissintética, utiliza tanto prefixos como sufixos para assinalar funções gramaticais. Assim, os substantivos não são flexionados por caso ou género. Existe também uma classe completa de intransitivos que identificam a posição espacial do objecto. Adicionalmente, a língua emprega palavras com a função de classificadores numerais quando se trata da quantificação de substantivos. Os verbos não são conjugados por tempos, mas antes alterados semanticamente por um conjunto de partículas de aspecto.
Distribuição geográfica
Actualmente, a língua maia é falada, em diferentes dialectos, nos estados mexicanos de Yucatán, Campeche, Quintana Roo, Tabasco, e na América Central, no Belize, Guatemala e na zona oeste das Honduras e El Salvador.

Fonte: Casa da América Latina

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